sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Clarice Especial

Algumas citações de Clarice Lispector...




"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."


"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro."


"Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite."


"Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida."


"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo."


"Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome"


"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada."


"Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil"


"Quando se ama não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós."


"Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito."


"É difícil perder-se. É tão difícl que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo."


"O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós."


"Gosto dos venenos os mais lentos! As bebidas as mais fortes!Dos cafes mais amargos!E os delirios mais loucos.Voce pode ate me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:E daíeu adoro voar!!!"


"E nem entendo aquilo que entendo: pois estou infinitamente maior que eu mesma, e não me alcanço"


"Tenho várias caras. Uma é quase bonita, outra é quase feia. Sou um o quê? Um quase tudo."

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

VOCÊ É BABACA?


Pelo menos uma vez na vida você já foi um BABACA....ou será que você nunca fez uma dessas, hein???1- Almoço em grupo. Mesa retangular. Um de seus colegas, o Fulano, se senta numa das pontas da mesa. A primeira coisa que você diz é "O fulano vai pagar a conta!". ....Você é babaca.2- Início da madrugada. 1h16 a.m. Alguém lhe diz. "Cara, amanhã vou acordar às 7h". Você se apressa em dizer "Amanhã não. Hoje!".
....Você é babaca.3- Seu colega chegou mais tarde no trabalho e resolveu almoçar em casa ou num lugar que serve uma refeição melhor do que a porcaria do bandejão do seu emprego. Quando ele chega ao local de trabalho, você o convida para almoçar e ele lhe esclarece que já almoçou. É quando você, ágil como um sapo apanhando uma mosca, solta a frase "então você já veio comido?".
...Você é babaca. 4- Ou pior, o seu amigo chega atrasado no serviço e diz sorrindo: "Bom Dia!!!!!"; e você responde: "Boa Tarde!!!!!". ....Você é babaca.5- Quando as pessoas estão cantando parabéns, você tenta embolar a cantoria, gritando os versos do início da música, enquanto todos já estão no meio da canção. ....Você é babaca.6- Você fica rindo quando um homem diz que tem 24 anos, aludindo ao número do veado no jogo do bicho.
....Você é babaca.7- Você faz alguma piada quando alguém diz que é do signo de virgem.....Você é babaca.
8- Você diz para um amigo: "Se esconda!!" quando passa o carro da polícia....Você é babaca. 9- Quando uma mulher diz que está "de saco cheio", você diz que isso não é possível porque ela não tem saco. ....Você é babaca.

10- Se a anfitriã anuncia: "Temos pavê de sobremesa" e você pergunta: "É pra vê ou pra comer?" ....Você é babaca.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

DEUS E O DIABO



E Deus disse: "Que cresça a erva, que a erva dê semente, que da semente cresçam árvores e dêem frutos".E Deus povoou a Terra com brócolis e couves-flores, espinafres, milho e vegetais verdes de todas as espécies, de forma que o Homem e a Mulher pudessem viver longas e saudáveis vidas.E Satanás criou o McDonald's e a promoção de dois Big Macs a cinco reais.E Satanás disse ao Homem: "Queres as batatas fritas com quê?"E o Homem disse: "Na promoção, com coca-cola, catchup e mostarda".E o Homem engordou cinco quilos.E Deus criou o iogurte saudável, para que a Mulher mantivesse a forma esbelta de que o Homem tanto gostava.E Satanás criou o chocolate.
E a Mulher engordou cinco quilos.
E Deus disse: "Enviei-vos bons e saudáveis vegetais e o azeite para que os possam cozinhar".E Satanás inventou a gordura hidrogenada, a galinha frita e o peixe frito.E o Homem ganhou dez quilos e os níveis de colesterol bateram no teto.E Deus criou os sapatos de corrida, e o Homem perdeu aqueles quilos extras.E Satanás criou a TV com controle remoto para que o Homem não tivesse de se levantar para mudar de canal.E o Homem ganhou mais vinte quilos.E Deus disse: "Estás passando dos limites, Demônio".E o Homem teve um ataque cardíaco.E Deus criou a intervenção cirúrgica cardíaca.E Satanás criou o sistema de saúde brasileiro aquele, do qual o Serra foi Ministro ....Mas Deus salvou o homem lhe dando nova chance ...Então, Satanás criou o Bush.E aí Deus desistiu!

Porque o Frango cruzou a Estrada ???

Por que o frango cruzou a estrada?
Algumas respostas:PROFESORA PRIMÁRIA: Porque queria chegar do outro lado da estrada.POLIANA: Porque estava feliz.FAZENDEIRO: Por causa que arguem deixou a porta do galinheiro aberta.PLATÃO: Porque buscava alcançar o Bem.ARISTÓTELES: É da natureza dos frangos cruzar a estrada.NELSON RODRIGUES: Porque viu sua cunhada, uma galinha sedutora, do outro lado.MARX: O atual estágio das forças produtivas exigia uma nova classe de frangos, capazes de cruzar a estrada.MOISÉS: Uma voz vinda do céu bradou ao frango: cruza a estrada. E o frango cruzou a estrada e todos se regozijaram.ALMIR KLINK: Para ir onde nenhum frango jamais esteve.HIPÓCRATES: Devido a um excesso de humores em seu pâncreas.MARTIN LUTHER KING: Eu tive um sonho. Vi um mundo no qual todos os frangos serão livres para cruzar a estrada sem que sejam questionados seus motivos.MAQUIAVEL: O frango cruzou a estrada. A quem importa o porque? Estabelecido o fim de cruzar a estrada, é irrelevante discutir os meios que utilizou para isso.FREUD: A preocupação com o fato de o frango ter cruzado a estrada é um sintoma de sua insegurança sexual.DARWIN: Ao longo de grandes períodos de tempo, os frangos têm sido selecionados naturalmente, de modo que agora têm uma predisposição genética a cruzar estradas.EINSTEIN: Se o frango cruzou a estrada ou a estrada se moveu sob o frango, depende do ponto de vista.HEMINGWAY: "To die. Alone. In the rain."FHC: Por que ele atravessou a estrada, não vem ao caso. O importante é que, com o Plano Real, o povo está comendo mais frango.KANT: O frango seguiu apenas o imperativo categórico próprio dos frangos. É uma questão de razão prática.GEORGE ORWELL: Para fugir da ditadura dos porcos.SARTRE: Trata-se de mera faticidade. A existência do frango está em sua liberdade de cruzar a estrada.PINOCHET: El se fué, pero tengo muchos penachos de el en mi mano!ACM: Estava tentando fugir, mas já tenho um dossiê pronto comprovando que aquele frango pertence a Jorge Amado. Quem o pegar vai ter que se ver comigo.FEMINISTAS: Para humilhar a franga, num gesto exibicionista, tipicamente machista, tentando, além disso, convencê-la de que, enquanto franga, jamais terá habilidade suficiente para cruzar a estrada.FUNCIONÁRIO PÚBLICO: Não sei, porque o chefe não tá aqui agora, mas o senhor preenche estes cinco formulários, paga a taxa no Banco do Brasil e daqui a dois meses passa aqui pra pegar a resposta.PDT: Para protestar contra as perdas internacionais promovidas por esse governo neoliberal e entreguista, e apoiar a renúncia de FHC já.MALUF: Não tenho nada a ver com isso. Pergunte ao Pitta.NIETZSCHE: Ele deseja superar a sua condição de frango para tornar-se um superfrango.CHE GUEVARA: Hay que cruzar la carretera, pero sin jamás perder la ternura...BLAISE PASCAL: Quem sabe? O coração do frango tem razões que a própria razão desconhece.SÓCRATES: Tudo que sei é que nada sei.PARMENIDES: O frango não atravessou a estrada porque não podia mover-se. O movimento não existe.GILBERTO GIL: Essa coisa do frango que atravessa algo nos remete à questão do almoço dominical que mainha preparava na minha infância. Tem algo a ver com a baianidade da menina malemolente atrás do frango. Por outro lado essa coisa da estrada é de uma anterioridade que se firmou numa canção que fiz com o Caetano, na casa de Pepeu, lá no Pelô...CAETANO VELOSO: O frango é amaro, é lindo, uma coisa assim amara. Ele atravessou, atravessa e atravessará a estrada porque Narciso, filho de Canô, quisera comê-lo, ...ou não!DORIVAL CAYMMI : Eu acho (pausa)... - Amália, vai lá ver pra onde vai esse frango pra mim, minha filha, que o moço aqui tá querendo saber.JÔ SOARES: Sem querer te interromper e já te interrompendo, você não acha um frango ao molho pardo uma delícia que engorda?ZIRALDO: Era um frango maluquinho e feliz. Por isso ele vivia atravessando as estradas de sua pequena cidade no interior de Minas.LULA: O frango estava fugindo porque o governo deixa o povo passar fome. O que o companheiro frango fez foi exercer o direito que todo cidadão tem de ir atrás da comida!JOÃO GILBERTO: Ah, insensatez...SURFISTA: O bicho atravessou, cara. Bicho manêro, aí. Demaaaaais... Só...MACONHEIRO: Foi uma viagem...DERCY GONGALVES: Quer saber o que eu acho deste frango? !@#$%¨&*...FELIPÃO: Podem falar de frango à vontade, mas na defesa eu não mexo...

domingo, 21 de setembro de 2008

Eu Dirigi a Noite Toda (Cyndi Lauper)




EU TIVE QUE FUGIRA CIDADE ESTAVA PEGAJOSA E CRUELTALVEZ EU DEVESSE TER TE LIGADO PRIMEIROMAS EU ESTAVA MORRENDO DE VONTADE DE FICAR COM VOCÊEU

ESTAVA SONHANDO ENQUANTO DIRIGIAPELA LONGA ESTRADA EM FRENTEPODERIA PROVAR SEUS DOCES BEIJOSSEUS BRAÇOS ABERTOSESTA FEBRE POR VOCÊ ESTÁ ME QUEIMANDO POR DENTROREFRÃO:

EU DIRIGI A NOITE TODA PARA FICAR COM VOCÊ.
ESTÁ TUDO BEM?
EU DIRIGI A NOITE TODA.
RASTEJEI EM SEU QUARTOACORDEI-O DO SEU SONOPARA FAZER AMOR COM VOCÊ. ESTÁ TUDO BEM?
EU DIRIGI A NOITE TODA.

O QUE NESTE MUNDO NOS IMPEDE DE FICARMOS SEPARADOS?
NÃO IMPORTA AONDE EU VOU, EU OUÇO A BATIDA DE SEU CORAÇÃOEU PENSO EM VOCÊ QUANDO A NOITE FICA FRIA E ESCURA.
NINGUÉM MEXE COMIGO COMO VOCÊ FAZNADA APAGA ESTE SENTIMENTO QUE EXISTE ENTRE NÓSREFRÃOPODERIA PROVAR SEUS DOCES BEIJOS.
SEUS BRAÇOS ABERTOSESTA FEBRE POR VOCÊ ESTÁ ME QUEIMANDO POR DENTRO.

EU DIRIGI A NOITE TODA PARA FICAR COM VOCÊ.
ESTÁ TUDO BEM? EU DIRIGI A NOITE TODA
RASTEJEI EM SEU QUARTOACORDEI-O DO SEU SONO PARA FAZER AMOR COM VOCÊ EU DIRIGI A NOITE TODA...PARA ABRAÇÁ-LO APERTADO!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

FILME PORNÔ





Olhos de Luciana

Era outubro de 1995, eu então com 21 anos, morava sozinha na frente da casa do Adriano, que tinha 12.
Todas as tardes ele e mais alguns amigos ficavam sozinhos, porque as mães daqueles guris trabalhavam, os pais também... Uma vez até me lembro que elas se uniram, e ofereceram um jantar pra mim na casa do Adriano, a mãe dele, Dna Sônia fazia uma nhoque maravilhoso, com molho de não sei o quê, mas o grande motivo daquele jantar mesquinho e gostoso e bonito também... era me pedir, me pagar para ser babá dos quatro guris que ficavam sozinhos todas as tardes, que fuçavam juntos todas as tardes, que não se desgrudavam todas as tardes: Adriano, Mateus, João Manoel, e Leonardo. Mas eu não quis, e a comida parece que ficou ruim e feia na mesma hora que falei que não e que fui embora e que não me mostrei preocupada com os garotos sozinhos.
Eu não sei porque elas inventaram aquilo. Fazia um tempão que eles ficavam sozinhos a tarde, já que estudavam só de manhã, e que não traziam problema, e que não se importavam.
E eu não aceitei, nem aceitaria, não precisava aceitar. Não trabalhava, mas meu pai me sustentava, estava naquela cidade há 3 anos para a faculdade de gastronomia que só tinha a ali perto, e que tinha de morar perto, e que meu pai custeava, e que esse custo se tratava de tudo, tudo mesmo, até as coisas desnecessárias. Então a noite eu cursava a faculdade, de manhã estudava os conteúdos, e a tarde ficava de papo pro ar, nos fins de semana voltava pra casa de meus pais.
Eu não aceitei porque não precisava de incômodo, não aceitei porque eram ainda bem crianças e isso me deixava nos nervos.
Eu tinha um namorado, que havia arrumado desde a segunda semana de faculdade, e ainda estávamos, ainda nos curtíamos, ainda éramos novidades um para o outro. Fazíamos muitas loucuras juntos, fazíamos o inusitado, fazíamos o que não devíamos.
Aquelas crianças todos os dias ficavam na casa de um deles, sem babá, porque depois que eu disse não, parece que ninguém mais servia, porque não falaram com mais ninguém, o negócio era comigo, e eu não me importava. Aquelas crianças procuravam sempre fazer o proibido, o que não podiam, o que se tornava desafiador. Um dia a tarde, eu fui na locadora, na tarde anterior eu e meu namorado tínhamos feito loucuras sexuais, ele era bem entendido das modernidades da eletrônicas e usufruímos disto para se divertir um pouco, e na tarde seguinte fui tratar de negócios, passei na locadora, fui na sessão de filmes pornô, o Adriano estava lá olhando os títulos: corri com o garoto, ele ficou louco, era de menor e eu tinha toda razão. Não levei nada, mas quando estava no balcão vi o Adriano e os outros garotos com um VHS nas mãos. Perguntei que filme haviam levado. A moça meio macabra coitada disse que não lembrava, mas que um cara alugara na sua conta porque era pornô, e depois deu para os meninos levaram, para os meninos se divertirem, para os meninos se viciarem. O que era aquilo meu Deus, uma anta num balcão. Fui embora sabendo que os garotos iriam “crescer” naquela tarde.

Olhos dos garotos

Eu tinha conseguido alugar um filme pornô, graças áquele cara que já tinha visto por ali várias vezes, mas não era morador dali, não estava só de passagem por ali, não sei o que fazia ali. Eu prometi e iria cumprir que no outro dia entregava o filme certinho e pagava também é claro. A mãe de ninguém podia saber, nem os vizinhos poderiam saber, nem nós mesmos depois de ver poderíamos saber... Que bom que não tínhamos babás, era uma coisa que não ia dar certo, e alugar um filme pornô era uma coisa que já tinha passado pela nossa cabeça, mas sempre faltava algum maior de dezoito que pudesse alugar... Éramos muito curiosos pra ver aquelas mulheres muito bonitas nuas fazendo amor com homens. Estava tudo limpo na minha casa, o vídeo cassete perfeito, havia comprado a fita que limpa, e agora estava bem bom, mesmo sabendo que estávamos sozinhos dava um bastante nervoso. O João Manoel queria fazer pipoca, não deixei, meio que brigamos e ele ficou chato, mas depois passou, porque ele entendeu que filme pornô não se via comendo pipoca. Tive que dar um discurso básico. E disse que era pra eles se animarem e ficarem atentos e cuidarem com a janela, porque mesmo fechada e com a cortina sobrava uma frestinha que dava pra ver a TV lá dentro. Era um sonho se realizando, finalmente iríamos ver um filme pornô, desde o os 11 anos e meio que sonhávamos com isso e agora estava se realizando. Coloquei no aparelho, não sei qual o problema do filme, mas a capa era uma folha sulfite, e não tinha foto nenhuma, estava apenas escrito: Corpos em chamas.
Passei os trailers, que também eram pornô, mas não nos interessavam. Então começou o filme, uma moça fez um strip-tease, mas foi atrás de um biombo, ninguém viu direito, e depois chegou um bombeiro só de cueca, e começaram a se beijar por trás do bimbo, era muito interessante, esperava exatamente aquela sensação mesmo, além das físicas que já previa. Ficamos todos vermelhos, mas eu disse pra ninguém ir embora, estávamos juntos nessa, e juntos até o fim, até o fim mesmo. Chegou a hora que tanto esperávamos,
Eles iam sair de trás do biombo e fariam amor, e o que era melhor: juntos! Daí alguém bateu na janela, e me chamou, conheci a voz de Dna Lena, vizinha da transversal, muito amiga da minha mãe. O Mateus se mijou todo, sujando o sofá de florzinha, todo mundo quase morreu, meu coração bateu na garganta... Ela gritou que queria um bocadinho de açúcar, e então aquele dedo muito moreno e fininho de unha quebrada entrou na fresta da janela e afastou um pouquinho da cortina... mais uma voz apareceu, uma pior, uma voz da minha mãe, uma voz que significava que estava ferrado, uma voz que eu tinha muito medo. Ela gritou da porta da cozinha: - Eu já vejo o açúcar pra ti Lena. E a chave girou, e eu parei o filme, e coloquei no canal da TV. Por que ela estava chegando em casa agora? Por que ela estava chegando em casa bem cedo? Por que ela estava chegando naquela hora?

Olhos de Luciana

Estava na frente de casa e a mãe do Adriano, Dna Santinha estava chegando de bicicleta, parou e conversamos um pouco, uma máquina que ela trabalhava tinha dado problema e o patrão tinha dispensado ela por tempo indeterminado. Que bom pra ela, podia cuidar da casa mais um pouco, ter uma folga da vida de operária, a casa estava trancada, ela perguntou se eu tinha visto o Adriano, disse que não, respondi com a imagem do filme pornô na minha cabeça, tinha quase certeza de que ela pegaria os meninos no flagra, ou não... Mas eu sabia da verdade, e pra confirmar o que ia acontecer, disse que precisava de açúcar e que já estava indo lá na casa dela pra pegar.

Olhos dos Garotos

Minha mãe abriu a porta com a chave dela, e nos viu vendo TV, estranhou de estarmos todos trancados e logo desconfiou que estávamos fazendo sem vergonhice, mas não podia admitir assim de cara sem lutar nem um pouquinho. Insisti pra ela atender Dna Lena antes de ir lá porá dentro, nos confins da casa, mas ela tinha que deixar a bolsa. Viu os guris no sofá, deu oi, e sentiu o cheiro de mijo do João Manoel, olhou e viu a poça, se apavorou, brigou com ele, eu perdi meu chãozinho. Ela parou e deduziu: - vocês estavam fazendo alguma coisa que ficaram nervosos, pra acontecer isso! O que foi? Nisso chegou ainda a Luciana, vizinha da frente, lá em casa, minha surra ia ter platéia, eu odiava que os outros me vissem apanhando, odiava apanhar, odiava só de ameaça de apanhar. E Luciana estava com cara de que estava a fim de ver alguém apanhar, com aquela história do velho pote de açúcar. Poxa, ela estudava pra ser cozinheira, como deixaria esquecer açúcar em casa, desgraçada. Mas aí, a minha mão foi lá pra dentro dizendo: - A gente já vai conversar! E voltou já sem a bolsa, e foi quando dei por mim, que a capa do filme estava na mesa da cozinha, antes que eu pegasse a Dna Lena viu e falou com sua voz insuportável: Que é isso?
Mas eu tirei da mesa, e escondi na sala... Todos os outros meus amigos já estavam em pé, o João mijado, mas cada um no seu posto, pronto pra tudo né. Porque a gente é parceiro, porque a gente é inseparável, porque a gente é amigo mesmo ta! E daí a mãe veio louca lá de dentro, e perguntou o que era isso que ela tinha acabado de ouvir.

Olhos de Luciana

E daí? Eu ia embora, ou ficava? Bem, decidi ficar, mesmo nervosa pelo coitado do Adriano, e se precisava de açúcar não ia desprecisar de uma hora pra outra né? O menino arroxou, e eu na minha, mas Dna Lena falou: - Ele pegou e colocou ali na sala.
Ele nem se mexeu, ninguém se mexeu, só Dna Santinha se mexeu, e foi a sala, em silêncio, quando eu olhei pra trás, metade da rua estava no cercado de Dna Santinha pra saber o que estava acontecendo. Dna Lena tava revirando a estante toda e chamando nomes feios para Adriano, nisso veio o Padre da capelinha de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, que era ali perto, encheu um copo d’agua, benzeu e jogou todo em Dna Santinha para lhe tirar o demônio do corpo. Ela viu então sua casa cheia de gente, e ficou louca e quis avançar no padre que a deixou molhada. As beatinhas da capela se reuniram e avançaram em Dna Santinha, daí eu Dna Lena e mais umas mais amigas ajudamos a avançar nelas... Aquelas piranhas papa rosário, barata de igreja... Eu puxei o cabelo de uma, e me separaram, era um homem grande e forte, que não vi porque estava de costas, mas vi uma melada de sangue no chão, e chegou o bombeiro, acudiu, tirou a multidão e levou. O padre endoidou, e encheu mais copos de água e começou a jogar na casa toda, segundo ele, estava toda amaldiçoada.... Chegou a polícia.

Olhos dos garotos

Por um lado aquele alvoroço na minha casa até estava sendo bom, porque então minha mãe esquecia o que estava a fazer, e não ia descobrir, mas daí chegaram os homens fardados, e como eu ia tirar a capa de um filme pornô da sala de casa, cheia de gente? A policia silenciou tudo, perguntou o que era e o que não era, e tudo foi bem normal... mas daí a que estava sendo socorrida pelo bombeiro, avançou no próprio bombeiro e fez o maior berreiro lá fora já, porque queria acabar com a raça da minha mãe, e voltou correndo mesmo sangrando pra dentro da nossa cozinha. A policia segurou de novo e a levou para fora, aos berros, todo mundo foi atrás, mas eu fiquei, eu e o padre, e quando olhei o padre estava jogando água nas coisas, gritei bem alto pela minha mãe. Ela veio doida policia veio atrás... Foi todo mundo pra delegacia, ela a Luciana, Dna Lena, o padre, e mais uns que eram testemunha... Eu fiquei com outra vizinha esperand, e os guris esperando comigo, coisa de duas horas estavam de volta, duas horas que pareciam pra sempre.

Olhos de Luciana

Que horrível delegacia, e o padre que pessoa doida. Eu, uma garota estudada passando por isso., não merecia mesmo... Prometi então, para acalmar os ânimos de todo mundo, dar um bolo cm refrigerante na casa de Dna Santinha, saímos dali e formos para o mercado, comprei o bolo, mas na padaria, um adas baratinhas de igreja estava lá e me parou, pegou o bolo da minha mão e jogou no chão... Na me contive, avancei, avancei nela e bati, avancei nela, bati e quase matei... Ai que ódio daquela (!) mais uma vez delegacia. A doida da barata de igreja foi pra se curar das pegadas que dei, era já uma criminosa. Meu Deus se papai ficasse sabendo! Daí o prometido foi cumprido, comprei o bolo, o refrigerante e até salgadinho, parecia festa de criança, parecia gente louca, parecia passatempo pra esquecer de maus feitos.
Comemos, bebemos e a história do filme tinha até morrido, mas o povo, a multidão voltou toda na casa de Dna Santinha quando voltamos. E de repente, os meninos tinham esquecido do filme no outro canal da TV, a Dna Lena aperta o bota sem querer, e coloca no filme ainda ligado. Todo mundo ouviu aquela semvergonhice e grudou os olhos na TV, abismados, sem acreditar no que viam... Minha cara foi no chão, saí dali correndo sem pensar!

Olhos dos garotos

Quem diria hein! O choque foi tão grande pra todo mundo, que eu nem apanhei por ter alugado um filme pornô, e q moça da locadora nem cobrou. A moça que sai de trás do biombo, fazendo sex explícito com o bombeirão, era a minha vizinha Luciana. Coitada, quando viu que era o vídeo dela, saiu correndo, nunca mais apareceu, se mudou no mesmo instante sem falar cm ninguém. Os boatos correram muitos quilômetros, e ela não acabou a faculdade, na por aqui ao menos. Então era isso que ela fazia com seu namorado entendido de eletrônica, produziam filmes de sacanagem... Que legal? Será que teria continuação? Já pensou: Corpos em Chamas 2, 3, 4, e vai. Aquele ela gravou e deu pra moça da locadora de presente, dizendo que que era um bom filme, explicou a moça da locadora depois, explicou pra todo mundo, explicou com gosto, explicou com raiva. E colocou pra alugar, e foi justo o que eu aluguei, o que eu estava louco pra ver, o que eu nem tinha visto.
Não foi uma experiência muito boa, mas aprendi, todos aprendemos que pessoas normais, não são tão normais assim, e que pessoas normais podem fazer tudo, até gastronomia, e que pessoas normais nos dão bolo e refrigerante num começo de noite qualquer, e que pessoas normais não esperam coisas anormais, e que pessoas normais também fazem filmes pornôs!

Douglas Tedesco – 09/2008




sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Portal


Há uma porta aberta...
Tem uma música de muito longe...
Atravessou uma ponte...
Cortou três cabeças como plumas,
Entregou-as ao destino como prêmios.

Há uma falsa calma...
Não é vantagem ter alguém que tema...
Daqui a pouco as paredes começam a movimentar-se...
Aparecem coisas com todos os rostos, apreciam casos sem corpos,
Os resolvem como um desequilibrado Deus.

Há um motivo para elas continuarem olhando...
Nunca mais passe por aqui...
Nunca passaram por aqui antes...
Não foque o olhar em nada que obtenha sorrisos,
Dentes não são impostos, apertos de mãos são armadilhas.

Há uma relíquia esquecida...

Ela brilha como se fosse nova...
Nos chama triste como se fosse morta...
Ninguém pretende levar maldições em matéria,
O que todos procuram, descartam quando escutam o silêncio.

O gosto do fácil é coçar-lhe as idéias.

Aponte não foi atravessada, uma noite não existiu.
Onde todos vocês estavam?
Do que beberam? De qual mistério comeram?
Comum ilusão de períodos...
Mais uma sensação de torne, entorno dos pulsos...
Vai te acusar o asco de novo...
Antes que alguém passe: feche a porta!
Deixe a porta fechada!

Douglas Tedesco – 12.09.2008

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

PÃO COM GELÉIA


1 quilo de morango, 1 quilo de açúcar, duas colheres de sopa de suco de limão. Esta é a receita mais comum de geléia de morango... 2 quilos de trigo, 2 colheres rasas de fermento biológico (fermento para pão), 5 colheres de açúcar, 1 colher rasa de sal, 1 ovo, leite. Esta é uma receita bem comum de pão caseiro. Agora é só tirar o leite da vaca, colher o os grãos de café, torrar e moer... Temos tudo então para um perfeito e saboroso lanche da tarde, ou café da manhã, não é mesmo? Não, não é mesmo, porque envoltos na comodidade que a modernidade proporciona são pouquíssimas as pessoas que usufruem destas especiarias preparadas pelas próprias mãos, geralmente só quem o faz são moradores do campo. E por que ao menos tentar fazer, se posso ir ao mercado ao lado de casa e comprar minha geléia favorita... Aquela ainda com as sementinhas do morango bem salientes, e o pão fresquinho, bem assado e quentinho da última fornada? A realidade nos engana e cai, porque temos de confiar uns nos outros... Dizem que o ser humano é o mais desprezível, e também, desconfiado dos seres, mas é na hora do consumo que ele tem de confiar cegamente nos outros, em quem ele nem mesmo conhece, em pessoas distantes do qual não se sabe nem a inicial do nome. Ficamos a mercê então de maus hábitos higiênicos, de pessoas que não se dedicam a seus afazeres, de trabalhadores que levam os problemas seus problemas para a empresa, da utilização de produtos altamente tóxicos, e por aí vai. Temos de confiar... Ou como relatei lá no topo: fazer com as próprias mãos. Porém não temos mais tempo, a vida nos permitiu ao longo dos anos descobrir nossos afazeres, e a cada novo dia, adquirimos atribuições diferentes. Lembre-se das coisas que fazia na infância. Era todas muito boas, e continuam sendo... Embora as crianças de hoje não as façam mais, aquelas coisas continuam sendo maravilhosas, o problema é que você cresceu, e se continuar a fazer aquelas coisas vai ser tachado como no mínimo louco. E nestas atribuições diárias, obrigatórias não encontram-se soltar pipa, jogar pião, brincar de ‘stop’, porque não têm o mesmo grau de importância que a reunião com a secretária, o envio do material até determinada hora, o e-mail para aquela pessoa. Não significa que não tem o mesmo grau de importância, trata-se apenas de uma espécie de importância diferente... Que vai lhe entreter, e nostalgiar, abrir involuntários e lacrimosos sorrisos. Então antes que seja tarde, reúna algumas pessoas e simplesmente ‘brinquem’, seja o que for, mas que não seja a sério, porque a vida precisa de momentos que não sejam levados tão a ´serio... O ser humano é uma máquina, e toda máquina quando age de alguma forma em exacerbo, acaba pifando, é preciso então folgas e válvulas de escape... Recordar e materializar a recordação é uma excelente válvula de escape... É ridículo. Nós precisamos conhecer melhor o significado das palavras, porque ridículo é viver sem fazer estas coisas. Todos nós queremos de vez em quando, ou sempre comer um delicioso pão com geléia. Mas talvez eu não goste da mesma geléia que você, nem do mesmo pão, por isso existem as diferenças, por isso existe a confiança nos outros. E o pão precisa ser feito, a geléia também... E não só do tipo que eu gosto, mas de todos os tipos, para que todos que gostam de pão com geléia possam apreciar. E para isso precisamos continuar fazendo o que fazemos, deixar de vez em quando a válvula de escape agir, e além disso, ainda lutar por pães e geléias cada vez melhores, para que mais pessoas tomem gosto pelo prato, e então as coisas se aperfeiçoem ainda mais... Porque eu não quero qualquer pão, tem de ser um pão de manteiga, macio, novo, com uma bonita embalagem, e a geléia da fruta mais pura, e do açúcar mais refinado. Mas para isso, eu tenho de contribuir a meu modo para que tudo saia bem, e para que todos que gostam posso comer também, e um único passo em falso, um ingrediente errado, de qualquer parte, altera o sabor e muda a receita, muda toda uma vida.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Lhe vi Tomando Banho





Lhe vi Tomando Banho


Quando se tem certeza das coisas, é assim mesmo. O destino permite ficar falando com clareza, não desejando, mas afirmando, e, principalmente com quem vive de forma amena, serena, rotina sólida e afável... O exato acontecido com Péricles, diretor de comunicação de uma empresa de médio porte: senhor Péricles Prastes.
Casa boa, esposa boa, dois filhos bons: uma boa menina e um rapaz, o caçula, também bom. Bom salário, bons amigos. No entanto, o mais bom de todas as coisas era a vizinhança: nela incluíam-se os amigos do bar, de jantares, do futebol, das reuniões dançantes, e até mesmo alguns do trabalho. E o que mais lhe encantava, também encantava a todos os homens da rua, cada partícula de testosterona suspirava pela carne feminina, a estrela da rua, o brilho de todas as noites e sonhos era a mulher do vizinho, a patroa do nº 304, duas casas após a residência de Péricles, esposa do ilustre médico Jacinto Novaes. Estrelícia Góes Novaes, a citada esposa do médico, era uma mulher de pouca idade, e segundo as más línguas, muito fogosa e a pior de todas as coisas: adúltera. Muitos dos amigos e vizinhos de Péricles relatavam já terem usufruído dos prazeres daquele corpo delicado e libidinoso. Era o sonho de qualquer homem: voz doce, seios fartos, cabelos louros platinados, nádegas e pernas na conformidade da perfeição, maças do rosto bem torneadas e levemente ruborizadas como num eterno efeito de blush, boca de tons exóticos e olhos azuis expressivos em demasia, como o céu num dia de ascensão de Nossa Senhora, repleto de fiéis a terra rezando por suas almas... Assim eram seus olhos, porém ao invés de oração pedindo perdão, sentia-se mais pecado. Suas roupas denunciavam mais ainda a ousadia e brincava com as cabeças de terno e gravata, um sorriso e um rebolado era o bastante para provocar conseqüências irreversíveis. Sua fama era das mais terríveis e indecentes. Os boatos corriam como pólvora, mas ela não se importava, pelo contrário, se portava como a quase personagem dos comentários alheios, e vivia insinuando-se a qualquer projeto de glande. A elegante dona de casa, não obtinha qualquer outro afazer profissional fora do lar, ficando sozinha boa parte, podendo luxuriar sem preocupação... E o ilustríssimo esposo? Era tão atarefado, e, de certa forma “tapado”, que não se dava conta do “a mais” que possuía e fazia sua mulher, ou fazia não ver para não preocupar-se além das obrigações do consultório.
Péricles tinha lá suas fantasias, mas era casado, tinha filhos, e acima de tudo: fiel! Como um homem de verdade tinha de ser. E jamais fora tentado pela vizinha, e não pretendia ser. Ouvia todas as conversas, mas não compartilhava e nem, queria uma vida daquelas para ele, nunca!
Todos os dias eram diferentes, mas na monotonia previsível de seu lar, ele conseguia calcular cada passo, a mínima molécula a mover-se no vão do nada já fora muito antes imaginada. E assim a esposa refazia seus pensamentos... O que tornava a vida uma extrema barbárie.
Ele chegaria do trabalho as 17h, sua esposa não estaria em casa, então ele largaria sua pasta executiva e relaxaria o corpo na poltrona do papai que ganhara não de seus filhos, mas de seu pai, seus filhos também não estariam, a escola ainda era seu paradeiro. Dentro de dez minutos a cônjuge abria a porta com sorriso largo porque sabia que o marido já havia chego, e nas mãos trazia o pão: 4 salgados, 4 doces de banana, e um pequeno bolo inglês recém saído do forno da confeitaria, ainda quente cujo o vapor umedecia o papel pardo do embrulho numa mancha que mais parecia gordura. Ela inclinava-se sutilmente a beijar a testa do amado e partiria para a cozinha o convidando adoravelmente a tomar café, ele não estava com fome, pois tomava café na empresa pouco antes de sair, no entanto aquela voz feminina soava tão irresistível, e inquiridora, lhe trafegando na imaginação um café digno de deuses romanos, um banquete da alta corte francesa do século XVIII, e a simples companhia de uma família toda junta mais uma vez era suficiente para convencer-lhe a integrar uma das seis cadeiras da copa. Completando a missão diária do destino, seus filhos chegavam juntos, lhe beijavam a testa e todos iam tomar café juntos.
Instantes após o pensamento, toda lembrança concretizou-se, e do sofá não se moveu para não quebrar o rito.
Ouviu a esposa na rua, a voz aproximando-se no linguajar com a vizinha, abriu a porta, em cada mão uma sacola, numa delas contando além do pão, o bolo inglês, no rosto um sorriso, e na testa do marido um beijo, os passos ligeiros para a cozinha, e de lá o irresistível convite para complementar a mesa, mas antes disso suas crias chegaram, e brindaram-lhe a testa com mais um afago dos lábios. Mas seu café foi interrompido pelo soar da campainha, a esposa atendeu e era a vizinha, Sra Estrelícia, um recipiente ornava-lhe os delicados dedos, e contrastava com o vestido de bolinhas, precisava de açúcar para seu bolo, e de mais admiradores para seu sorriso: um céu limpo cheio de estrelas. Sua vasilha foi preenchida com o pó alvo e cintilante e deu as costas àqueles simples mortais. Era com certeza a mulher mais bonita de toda década de 50.
Daquele bolo, eles provavelmente iriam comer, era uma festa para o bairro na casa do médico, festa para o qual toda família Prastes recebera caloroso convite... O médico era bom demais, e sua esposa então...
Aquela mulher deveria estar querendo alguma coisa naquele lar sano, era a casa mais rica de todo bairro, uma das mais de toda cidade, e ela não tinha açúcar em casa? Por que não mandou um dos empregados ir buscar em qualquer mercearia? Falta de dinheiro? De imaginação? Talvez pretensões com algum vizinho, aquele vizinho, e começar pedindo-lhe açúcar era um fato inicial de bastante bom grado.
Os filhos todos de banho tomado, a mulher perfumada como uma extinta rosa, elegantes, finos para o jantar na casa do doutor. Um bar cheio de amigos convidava a uma passagem rápida.
- Cheguem primeiro, eu só vou dar uma palavrinha com eles e já estou indo. – Indicou Prastes a família, e assim fizeram.
Não era o único a desenrolar o esquema familiar que propora, todos os amigos do bairro que ali estavam, haviam saído com seu clã, e estacionado sozinhos no boteco. A conversa eram dia-a-dia paralelo, quase não se tinha mais assunto, apenas alguns discutiam sobre Audrey Hepburn e Ava Gardner:
- Audrey é bem mais bonita. O fato de usar o cabelo preso enlouquece os homens. Você fica imaginando-os soltos contra o vento, ela vindo em sua direção...
- E pra que imaginar se a Ava usa os cabelos soltos e se pode ver sempre balançado-os ao vento.
- Mas a Audrey lutou muito mais para conseguir a carreira que tem hoje. Vocês não se lembram de como a mídia dizia que ela era ossuda, esquelética. Até que ela padronizou-se como modelo, além de bonita é inteligente.
- Falando em inteligência, não esqueçam que Ava está divorciada há pouco tempo de Artie Shaw, com quem sua vida foi repleta de obras literárias e cultura de todas as formas.
- E quem levou um oscar das duas? Hepburn é favorita no quesito.
- Ava tem aqueles olhos que lembra uma gata, e a deixa cheia de mistério, muito mais desejada.
- Hepburn tem o sorriso transparente de quem não tem nada para esconder ao mundo!
- Gardner é muito mais mulher, tem muito mais classe, sua beleza é exótica e arrebatadora.
- E Audrey tem uma beleza inocente, que muito antes de ser admirada é cativante.
- ...
- ...
Não chegariam a lugar algum discutindo os dotes das divas de Holywood, dirigiram-se ao recinto final daquela memorável noite.
O clima era o mesmo de sempre, as mulheres em um amplo cômodo conversando, as crianças brincando no imenso quintal dos fundos, os adolescentes na varanda traseira da casa, e os homens com seus coquetéis de luxo ficavam no salão de festas, perto do antro onde estavam as mulheres. Todos rindo, petiscando especiarias. E surge na roda um licor novidade, e como é homem de muito prestígio, Prastes é servido sem demoras pelo Sr. Armindo Flores, morador da rua de trás. O licor de pimenta e hortelã, num semi-tropeço virou poça sob a madeira corrida e luva nas mãos do distinto vizinho. Mais uma vez a vítima do involuntário erro pode adivinhar o que aconteceria na seqüência: alguns dos amigos ficariam preocupados pela mancha na rara e cara madeira do chão, outros tantos nem um pouco e sim extasiados de hilária. O culpado do acidente colocaria os objetos de volta ao bar, num golpe das pernas retornaria pedindo mil desculpas e ruborizado. A esposa do acidentado adentraria de sopetão eleve nos saltos, com olhos curiosos e em único suspiro de repreensão diria sem expressões que estava demorando muito para que tal “brincadeira” acontecesse, e quando notassem uma serviçal já estaria limpando tudo.
Pois foi que as vozes em meio volume afastaram-se apreensivas pela sujeira líquida, no entanto do outro lado, como torcida oposta, alguns outros abriram-se num riso absurdo enquanto Armindo corre a deixar os utensílios nas suas origens, e a Sra. Prastes vem de longe, da sala, olhos fora de órbita fixos nas mãos do marido que pingam ainda pingam a bebida verde, sem mexer as íris ou um músculo do rosto ela exclama voltando a companhia das outras senhoras: - Até que demorou muito para que acontecesse uma “brincadeirinha” desse tipo.
Palavras não adiantariam e era tão rotineiro o episódio que foi lavar as mãos, banheiro desocupado só no segundo andar, e ele não perdeu tempo, o encontro estava tão bom, que não queria desperdiçar seu tempo de glamour higienizando o que quer que fosse. O primeiro banheiro que encontrou, sim estava aberto, mas não desocupado, pois só num segundo sentido é que pode sentir o vapor do chuveiro, ouvir a água correndo, e ver a Sra. Estrelícia Novaes banhando-se... Seu escultural corpo totalmente nu, as curvas na medida certa, os seios tão bem formulados, e o sexo como uma obra de arte... O coração parou, o mundo e mais dois terços dele também pararam, a mulher sob o chuveiro olhava-o inexpressiva, paralisada, encontraram-se as nuvens oculares. Nada de palavras, nada de qualquer reação, mas os passos foram lembrados no silêncio e sem lavar as mãos Prastes abandonou aquela cena divina.


CONTINUA

Lhe vi Tomando Banho - parte II






Muito além do que se pode dizer abismado, limpou as mãos na primeira cortina que viu, a imagem da deusa grega, mortal e impossível sob a corrente d’água a poucos metros de si era fascinante, inesquecível... Como era linda. Trepidava-se entre a emoção do medo dela contar a todos e a alegria do privilégio. Oque ela faria? O que ele deveria fazer? Desceu normalmente para juntar-se aos outros como se o nada fosse semelhante á ocasião. Pouco mais tarde ela desceu também, e ambos encontraram-se no bar. Trajava um vestido longo lilás e uma tiara de brilhantes, encararam-se, ela num sorriso, ele quase morto. Estrelícia pediu uma bebida, mas tinha de ser servida por ele, assim o fez com a habilidade de quem tem mal de Parkinson devido ao nervosismo. “ela vai falar”, “ela vai falar”, “ela vai falar”! Esta frase reinava de subtexto nas suas poucas palavras trocadas com a dama. E de súbito ela levantou-se, não tocara no assunto, nunca, chamou a atenção para falar em público. O corpo de Prastes todo gelou, ele disse baixinho: - Não, por favor! Foi sem querer, mas ninguém, nem ela ouviu e discursou: - Eu apenas queria agradecer por todos estarem aqui presentes, e mais do que presentes, unidos, como uma grande vizinhança deve ser! Fiquem a vontade, façam uma noite inesquecível, divirtam-se e muito obrigado!
Péricles suspirou de alívio, temia sempre o pior, e não abandonava sua mente a rica imagem da dama nua. E por mais que parecesse ridículo, tinha de ficar a sós com ela e esclarecer os fatos... Era um homem, ou um rato? Não fizera de propósito, fora um acidente, e ela não deveria estar tomando banho com a porta aberta, por isso tocaria no assunto com raiva e falaria todas estas coisas: era um homem! Mas ela mesma não tomou nenhuma reação sobre o caso, a vítima estava em paz, e ele morto de medo que ela contasse a alguém, que fosse linchado pelo acaso: era um rato!
Imagine se ela contar! Seu novo posto seria o de maior tarado do país! Já via publicações e piadas na revista O Cruzeiro, logo O Cruzeiro, sua favorita! Também as mesmas repetiam-se multiplicadamente no Estadão, e conseguia ouvir inúmeras mulheres xingando-o na programação da Rádio Tupi... Sua imagem e reputação de bom homem, reservado e pai de família estava arruinada.
Bebendo, tentando resgatar a calma escondida em algum cômodo daquele cérebro ele novamente avistou Estrelícia em meio as outras damas, suas vizinhas, e de longe parecendo distraída, de súbito ela virou-se e fitou-o, olhos nos olhos e sorriso. Ele não era forte o bastante para aquilo... Quem era aquela mulher, de verdade? Reuniu sua simplória família, e interrompeu a roda de discussão:
- Olha, eu tenho um Falcon como vocês sabem, e ele é muito econômico.
- Mas e o que vocês preferem, economia, ou beleza? O Javelin é mais bonito.
- Até parece que já está embriagado. O Javelin parece uma barata gigante, o Falcon é um carro chique.
- A velocidade do Javelin é surpreendente!
- Mas o que adianta velocidade sem classe?
- O Falcon é muito veloz sim senhor, e indiscutivelmente mais belo!
Péricles corta o assunto automobilístico dos cavalheiros e se despede sem muita expressão, ninguém entende muito a atitude, nem esposa e filhos, mas vão embora arrastados pelo que mais parece uma máquina insensível.
Não há explicações, não há muitas perguntas, e nem sono, conseguiu dormir as 6h, acordou as 8h com alguém chamando na porta, sua esposa já acordada atendeu, e espiando pela fresta da porta do corredor, ele viu sua esposa entregar uma tupperware cheia de açúcar para nada menos que a Sra Novaes, de vestido curto cabelos ao vento e sorridente recebeu o recipiente agradecendo, e antes da porta se fechar, a dama esposa do médico fixou o olhar nos seus olhos escondidos atrás da porta. Ele num suspiro voltou ao quarto.
Não conseguiu trabalhar direito, discutiu com os colegas de trabalho, e a carga horária de um dia, pareceu ser a de uma semana. Aquela maldita não lhe saía da cabeça. O que ela estava querendo?

Chegou em casa no horário de costume, e não precisou destrancar a porta, já estava destrancada, algo estava diferente naquele fim de tarde. Abriu devagar, tinha medo de ladrões, mas o único ladrão que encontrou foi o da sua calma: sua esposa e Estrelícia conversavam, e tomavam chá com torradas como se fossem amigas íntimas. O que estava acontecendo com o mundo? O que havia com aquelas duas? Estes encontros de norte e sul, leste e oeste nunca haviam acontecido, eram mulheres tão diferentes, opostas e nada idênticas. O que Estrelícia queria? Só podia ser uma coisa, estaria contando o que acontecera, e seu casamento estaria acabado, seus filhos teriam pais separados e uma educação conturbada. Ah, a família nu distúrbio por conta de uma hora errada. Entrou e não olhou para nenhuma das duas, passou reto ao lado da mesa de centro, a mesinha que fora presente de casamento de uma prima distante com quem ele dera o primeiro beijo na boca, coitada da prima, cometeu suicídio uma semana depois daquele casamento... O primo era seu verdadeiro e eterno amor, então não aceitando a união, fez contra a própria existência.
A esposa lhe sussurrou: - Oi meu amor.
Em seguida a voz que lhe rasgou a alma – Olá Sr. Péricles.
Sua resposta foi um “oi” nervoso e cego. Tudo estava perdido. Ele ficou na cozinha apenas esperando o momento em que a cônjuge lhe entraria chorando, e pedindo o divórcio. Ouviu a despedida das senhoras, já era bem noite, mas logo a porta se fechou e a campainha tocou novamente. Ouviu a voz de um homem dando um recado.
A mulher foi a cozinha vê-lo: - O Tonho esteve aqui e pediu pra você passar lá no boteco. – Ela mudou o olhar e mudou de assunto: - A Dna Estrelícia estava me contando que...
Péricles respirou um oxigênio gelado e não deixou-a terminar as terríveis palavras: - Com licença, eu ou lá no boteco ver o que eles querem! – saiu a passos largos, surdo.
A música dos grilos saía de trás dos arbustos. Na frente do boteco apenas um de seus amigos escorado nas portas fechadas.
Um convite a entrar, uma comemoração privada... Ao primeiro passo de Péricles o holofote de olhares humanos o iluminou, uma salva de palmas, vivas, abraços, jogadas para todos os lados... E ele nada entendia. Não era seu aniversário, não se formara em nada, nem ganhara algum prêmio... Suas interrogações eram nulas ao chocar com os inúmeros sorrisos masculinos... Levado como um vencedor, foi deixado nos fundos do boteco, num quarto com a porta trancada. Ofegou-se no primeiro instante. Era seqüestro? Era terrorismo, guerra? Engano? Só se fosse do destino, porque um anjo nu, chamado Estrelícia Novaes saiu do guarda-roupa e foi em sua direção. Não podia correr, a porta estava trancada... Isto era um sonho, só os dois e mais nada... Inspirou a coragem do ambiente inóspito e numa face meia boca entregou-se a calada e distinta Deusa.
Adormeceu depois de muito ter aquele corpo.
Acordou e dormiu mais uma vez, queria aquele sonho pra sempre. Era sábado e trabalho não havia naquele dia. Só a lembrança da incessante e prazerosa traição... Aquela mulher era realmente como os demais falavam, desnorteado, ainda extasiado, mas bem vestido como quem viera de uma reunião colocou-se dali pra fora, no entanto o boteco estava aberto e na mesa de sinuca o abordaram, mais uma vez o holofote humano.
- E aí, como foi a noite?
- Òtima, mas...
- Amigo, nós não te falamos sempre que ela era assim. Nós falamos por experiência própria.
- Ela é incrível mesmo.
- Sim, magnífica.
- E vocês planejaram tudo?
- Sim, você era o único com quem ela ainda não tinha dormido, e ela já estava ficando louca.
- Mas antes disso, eu a vi tomando banho, no dia da festa na casa dela.
- Sim, foi tudo planejado, exatamente tudo. E já não era sem tempo.
- Por que?
- Porque ela foi embora. O médico e sua esposa se mudaram agora pouco. Você teve uma despedida de honra.
- Mas isso nunca deve sair daqui.
- Não se preocupe. Todos nós aqui escondemos isso das nossas famílias.
- Que pena ela ter ido embora.
- É, mas o médico já estava de saco cheio, e se você tivesse ficado até o final da festa aquele dia iria entender que a comemoração era uma despedida.
- Que pena, a noite foi tão boa...
Uma chuva de gargalhadas e um até logo leve, descompromissado e triste... “Ela foi embora”.
Passou em frente a residência, e já nenhum sinal de moradia estava ali. Em casa nenhuma palavra da esposa, mas agora o eterno sarro dos amigos... E em todo deitar na cama, a lembrança de Estrelícia, todo amor com a esposa, a lembrança da única e inesquecível noite com a dama, porque de tudo, fora o que acontecera de melhor em sua vida. Seria difícil repetir, muito mais difícil esquecer.


Douglas Tedesco – julho 2008

sábado, 6 de setembro de 2008

"A Pessoa Errada"



(Luis Fernando Veríssimo)


Pensando bem em tudo o que a gente vê, e vivencia
E ouve e pensa...
Não existe uma pessoa certa pra gente
Existe uma pessoa que se você for parar pra pensar
É, na verdade, a pessoa errada.
Porque a pessoa certa faz tudo certinho...
Chega na hora certa,
Fala as coisas certas,
Faz as coisas certas,
Mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas...
Aí é a hora de procurar a pessoa errada!
A pessoa errada te faz perder a cabeça,
Fazer loucuras..
Perder a hora..
Morrer de amor..
A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar
Que é pra na hora que vocês se encontrarem
A entrega ser muito mais verdadeira!
A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de
pessoa certa...
Essa pessoa vai te fazer chorar
Mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas
Essa pessoa vai tirar seu sono
Mas vai te dar em troca uma noite de amor inesquecível!
Essa pessoa talvez te magoe
E depois te enche de mimos pedindo seu perdão
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado
Mas vai estar 100% da vida dela esperando você
Vai estar o tempo todo pensando em você.
A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo
Porque a vida não é certa
Nada aqui é certo
o que é certo mesmo, é que temos que viver
Cada momento
Cada segundo
Amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo,
querendo,conseguindo
E só assim
É possível chegar àquele momento do dia
Em que a gente diz: "Graças à Deus deu tudo certo"
Quando na verdade
Tudo o que ele quer
É que a gente encontre a pessoa errada
Pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito
pra gente..."

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Do que você Gosta ?




A exata pergunta seria: do que você “realmente” gosta? A questão exige uma resposta nada superficial, é preciso analisar muito bem as vertentes escolhidas, pois é comum do ser humano desfrutar de inúmeras coisas das quais não gosta, e a própria mente se confundir, e colocar os ramos falsamente providos na sua lista de favoritos. Mas não se assuste, repito, isso é normal do ser humano, faz parte do processo de socialização, praticamos diversas vezes hábitos que nossos amigos e familiares praticam, apenas com o intuito de que não sejamos isolados, descartados do meio em que vivemos. Há casos em que nos afeiçoamos com tal hábito, mas também há casos que jamais nos identificamos. Assim também ocorre com seus familiares e amigos, há uma completa reciprocidade neste esquema. Embora participemos integralmente deste sistema, não há nada como fazermos somente aquilo que nos agrada. E o que lhe agrada? O que você gosta de vestir, assistir, fazer nas horas vagas? Sobre quais assuntos você gosta de conversar, de ficar bem informado, de ler? É lógico quem esta resposta varia de acordo com cada ser, dependendo de vários fatores, como: escolaridade, cultura familiar, convívio social, acesso à informação, entre outras essenciais influências.
Quando você inicia a leitura de um livro, se as primeiras dez páginas não lhe interessarem, todo o restante conteúdo também não lhe interessará, a não ser que o autor faça acontecer o dito propositalmente. O mesmo acontece com jornais e revistas, ambos de modo diferente, se o conteúdo inicial não prender a atenção do, não despertar o desejo de chegar até o fim, de absorver aquele conteúdo, de ler a última frase, ele não passará do início.
Em um jornal, na maioria das pessoas, o que as faz ter interesse pela leitura de uma matéria, é seu título, seria este um dos segredos (nem tão segredo assim) de um bom texto. Em uma revista as chamadas de capa, são as principais atrativos. Lembrando que estes ficam de lado, quando está presente um furo de reportagem, ou relato de tragédia. Obstruindo estes casos, assim que é.
Cada tempo é um tempo, tem sua moda, seus ídolos, seus ápices e submersões, seus papos, assuntos. E o assunto que mais atrai o mundo na atualidade não é nenhuma novidade, nenhuma nova tecnologia. È algo que relaciona a todos, do qual ninguém está excluso, não importa classe social, ou origem, matérias, artigos, ou simples dicas sobre saúde e/ou estética, é o que mais atrai leitores, principalmente os que não costumam ler o veículo de comunicação como um todo, fazendo assim com que essas pessoas se tornem efetivos leitores, nem que seja ao menos das matérias que a atraíram, entra na roda toda uma questão de publicidade. Fazer com que o leitor compre o veículo como um todo, nem que seja ao menos para ler uma mínima nota que lhe interessou. Pegue qualquer revista tradicional, na capa estará uma chamada de matéria sobre saúde ou estética. E em segundo lugar, ou no mesmo lugar do podium, ou ainda em oculto primeiro, está a sexualidade e gêneros que a dispersam. Tratam-se ambos os assuntos de ramos vitais dos quais absolutamente ninguém esta excluso. Seja o médico, a secretária, a dona de casa, o gari, o estudante... São todos humanos, podem ser diferentes nas posições sociais, cultivam valores diferentes, mas são humanos, possuem organismos semelhantes, precisam cuidar da saúde, e aparência visual. Diríamos que são coisas que a sociedade exige. Todas as classes e raças têm espinhas, manchas na pele, mau hálito, dores nos pés, ou estão sujeitos a ter, e como forma de solucionar, ou prevenir estes problemas que as matérias e dicas são publicadas e fazem tamanho sucesso, e trata-se também de uma questão de publicidade, da melhor qualidade de informação. Pois vejamos, se o procedimento publicado apresenta resultados positivos, é passado a diante, sempre sendo citado o nome do veículo de comunicação. “Faz isso, funcionou comigo, eu na revista...” E o motivo da sexualidade estar nesse topo, é porque é outra prática da humanidade, aliás, da maioria das espécies, e por ser um ato de prazer é admissível todas as formas de aprimorá-lo, e todos os relatos sobre ele, porque outra coisa que as pessoas gostam é de ver ouvir histórias, situações, reações, está aí o segredo do sucesso da televisão, de uma boa novela.
É a cultura global, a cultura que todos seguem, mesmo que seja inconscientemente, pensamentos como este do sexo, ronda a cabeça de qualquer um, em qualquer parte do mundo. São tais os tópicos que mais atraem leitores, mas não se deixe prender neste universo. Leia, veja, ouça, aprenda tudo que acha que possa ser importante, pr mais que não seja agradável, a expansão do conhecimento é sempre bem-vinda

O Novo Sempre!

Muito Prazer bem-vindo ao que você quer ler!
Em problemas com o anterior blog, posto a partir de hoje neste.
Que seja o começo, com eterno sentimento e euforia, e jamais o fim da linha...
Problemas, comédia, literatura, informação e as besteiras necessáriuas de cada dia!
Este é o lugar que há!
Grato, até!