segunda-feira, 10 de agosto de 2009

ECO ( série Cyndi Lauper)

(inspirada na música ECHO, do albúm Bring ya to the Brink de minha ídola Cyndi Lauper)




A gente ouve perfeitamente a imagem, consegue ver com perfeição a sinfonia. Mesmo assim vão faltar ruídos. De qualquer modo vão fazer mais um pedido. Mais uma vez ninguém ouvirá minha voz. Mais uma vez ouvirão apenas o resto de nós. As promessas continuarão intactas. Um fantasma de nome próprio circula vivo, seu nome comum me espanta ao primeiro toque. Andam vagando... Vagam andando... Estando vaga a andança pra outro ser que não perturbe. SILÊNCIO... Opiniões se jogam a todo instante do telhado de algum lar. As minhas lágrimas e as minhas noites onde estão? Naquele céu que as estrelas não falam, naquelas gotas que não carregam pranto ainda há de haver algum mistério. Uma batalha pra contê-las, uma alegria pra escondê-las. Olhos na vertical pra uma luz bem apagada... Mas eu vi... Contei... Escondi... Respondi... Ri... Esperei meu próprio retorno em voz e imensidão. Um qualquer distante ainda não é o bastante. Obstinados se jogam do espaço. O vôo não decola, armas, rosas, alguma esmola. Gotas perdidas em que tudo perde a graça... Sem graça... Nem de graça... Desgraça... Disfarça... Amordaça... A voz em imensidão me preencheu completo. Um vazio sem tamanho perdeu-se nas casas. Mas não deixem que sintam falta, não deixem que mudem a expressão, Não deixem que gritem qualquer sussurro, não deixem que ultrapassem um simples murmuro, não deixem que neguem meu esquecimento. E as minhas memórias e vultos onde estão? Exterminaram a alegria pra não liquidar com a solidão... Mas ainda ouvem, com magnífica certeza ouvem, temem, se desesperam de súbito e ouvem, numa atemporal estação ainda ouvem, quando o medo governo, quando a ausência os reina... Eles ainda ouvem.














Douglas Tedesco – 20/11/2008

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