segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Homem-aranha sem Mary jane








Peter Parker foi picado pela aranha geneticamente modificada no dia 9 de outubro... A quem isso interessa?
Maria, a louca, só foi louca apenas nos últimos 21 anos de sua vida... Sentiu alguma diferença? Na China, os pauzinhos para refeição chamam-se ‘kuai-tzu’, já no Japão os mesmos pauzinhos recebem o nome de ‘hashi’. Tempos diferentes e informações vagas. Intermediário con
hecimento, que provavelmente não mudará sua vida... mas fazem a diferença á muitas pessoas, á diversos pontos da humanidade. Tal como glórias pessoais de qualquer anônimo não irá mover o mundo. Um momento! Uma correção: não irá mover o globo de forma geral, porque, com certeza, irá abalar as estruturas da personalidade em questão. É uma incógnita pessoal. De tantas certezas, a mais certa é de que de repente tudo pode mudar, “2+2” pode resultar em 5 ou 6 e julgarem isso não ser loucura... Mesmo porque quem é o mais correto, puro, todo certo pra julgar? Outra certeza é que toda balada você deve curtir como um louco, como se estivesse a duas décadas dois dias e cinco horas sem pisar numa festa! No entanto isso não significa beber até cair, fazer escândalos ou vexames. E falando em festa, é o pior lugar para se tratar de negócios, porém é um dos melhores para combinar uma reunião para tratar de negócios... E tratando ainda de datas esperadas (porque uma boa festa se espera muito antes da data exata), não há como a véspera delas, a hora exata do acontecer passa como um flash, tão rápido que é quase lembrança. Já a véspera é a programação de cada passo, onde o itinerário é perfeito, e as coisas são, imaginariamente, como você planeja. Agora um pouco de verdades: Mãe não é tudo igual. O macarrão não foi inventado na Itália. O Gargamel dos Smurffs não era malvado. Nem sempre liquidações valem a pena. Primos não são parentes. Judy Garland já era bem maior de 18 quando fez o Mágico de Oz. Sapatos de salto-alto prejudicam a coluna e a estrutura do pé. Cameron Diaz tem várias espinhas no rosto. Os alemães não são todos frios! A guerra dos 100 anos durou 116 anos. Fazer compras no supermercado é mais eficaz para emagrecer do que uma prova de arco e flecha. A maioria das garotas que brincam de barbie passam no mínimo 5 minutos colocando uma camiseta na boneca. A Maga Patalógica é apaixonada pelo Tio Patinhas. Não existe tratamento anti-celulite, nem anti-rugas. Romeu era um galinha e Julieta uma garota rebelde louca para fugir de casa. (...) uma pausa. Um pausa, porque afinal uma hora tudo descansa... No banho, lendo os rótulos do shampoo você descansa. Na privada contando azulejos você descansa. No sofá tirando a cutícula com os dentes você descansa. Brincando com seu cachorro, lhe falando do mesmo jeito que uma criança de 4 anos, você descansa. Na praia, em sua cadeira a beira-mar, encolhendo a barriga quando uma gostosa passa, você descansa. Assistindo um filme antigo, esperando o remédio pra ‘frieira’ fazer efeito, você descansa. (...) Descansados é hora do retorno, porque tudo que não tem pausas chega ao seu importuno momento em que a máscara cai, sem pausa ela é obrigada a desabar... Já que: Ninguém é durante 24 horas um sedutor furtivo de boas saídas, como a personagem de Sharon Stone em Instinto Selvagem. Ninguém tem a fofura do Papai-Noel da propaganda da Coca-cola. Ninguém tem o carisma de Ivete Sangalo, ou dos Ursinhos Carinhosos. Ninguém consegue ficar tanto tempo tão maquiada e tão louca quanto Cindy Lauper. Ninguém consegue ter mais frescuras do que Cleópatra. Ninguém faz biquinho melhor do que Rita Lee. Ninguém consegue ser tão feio quanto o garoto propaganda da Bom Brill. Ninguém consegue ser tão frio quanto um segurança em uma cidade estranha. Ninguém conseguiu inventar tantas neologias quanto J.K. Rowling para as obras Harry Potter. (...) Agora realmente retornando, realmente retornando mesmo: Quanto vale a vida? Excluam a questão do preço de partos em maternidades e de prostitutas em esquinas e casas de luxo. Quanto vale a vida? Quanto vale a sua felicidade? Algumas coisas tem preços, outras não. Algumas coisas são caras, outras não. Esta descarada divisão é que nos mata, porque a igualdade é tão distante? Até quando teremos de aturar tudo isso? Até quando as coisas serão privadas? Até quando teremos de resistir ás tentações do Burger King e Mcdonalds? Até quando Bety Boop vai ser encarada como pornográfica? Até quando teremos de contar o tempo enquanto fazemos carinho em nossos filhos? Até quando teremos de suportar a falta de um beijo de boa-noite? Até quando vamos ouvir que é “falha no sistema”? Até quando Coiote vai perseguir o Papa-léguas? Até quando os EUA vai pensar que é a mãe do mundo? Até quando a tinta de jornais impressos vai sujar os dedos? Até quando os sabonetes irão escorregar pelo banheiro? Até quando os sorvetes e chocolates serão altamente calóricos? Até quando os celulares ficarão fora de área? Até quando regaremos as flores de plástico? Até quando tudo será “pelo bem do povo e felicidade geral da nação”? Até quando a globeleza será pintada? Até quando vamos nos perguntar quem matou Odette Roittmann? Quanto vale a vida? Será que tudo se resume a reproduzir para os amigos as famosas propagandas da TV: “Hello, a gente é bicho baby!”? Imitar em público Walter Mercado e Silvio Santos? Corrigir e rir do dicionário dos moto-boys? Tentar a paz com a sogra, aturara futebol aos domingos, e xingar políticos? Preparar pratos especiais para ocasiões especiais? Escolher a melhor tintura de cabelo e o melhor salão de beleza? Acompanhar os lançamentos do cinema, pra aprender a ser crítico? Ser um dos primeiros a comprar a nova edição da Playboy e o novo CD das paradas? Ser recebido pelo seu cachorro abanando o rabo? Conseguir criar alguma coisa que você realmente sabe? Receber um, dois,dezessete elogios? Ter seu prato favorito no almoço? Ganhar uma toalha de banho com seu nome bordado? Saber a coreografia e a letra da música do momento? “Piripipiripipirigueti!”? Ter um novo contato no msn, “amigo” no orkut, ou boa imagem no flog? Ser visto com a pessoa que é o sonho de qualquer um? Passear naquele carrão desejado por todos? Achar uma nota alta perdida no chão? Finalmente conseguir uma ligação para ‘aquele’ programa de TV. Ser invejado por qualquer coisa? (...) Sim, pode ser isso! Mesmo tudo isso sendo futilidade! A felicidade num todo complexo, de mala e cuia, o pote de ouro no fim do arco-íris não existe! Ela é confundida com o simples bem-estar. A felicidade é mais e menos. Mais que bem-estar e menos que a eternidade. Esta coisa chamada felicidade é feita de pequenos momentos, uma iguaria ali, outra aqui. Tudo se resume não a ter felicidade, mas a transmiti-la! Por isso para ser feliz só dependemos de uma coisa: do outro! Nos julgamos independentes, fortes e “inmassacráveis”, mas sem o outro somos nada. Para tudo é necessário o aval do próximo, o mecanismo acionado de mais alguém. Por isso inteligência é confundida com loucura, ousadia com segurança, simpatia com beleza. Sem os outros não funcionamos. Somos como: Homem-aranha sem Mary Jane, Clark Kent sem Lois Lane, Tarzan sem Jane, Xuxa sem baixinhos, frango sem catupiry, Cérebro sem Pink, princesa encantada sem fada madrinha, Branca de Neve sem anão, Dick Vigarista sem Mutley, Batman sem Alfred, Gomes sem Mortícia Adams, Elizabeth Taylor sem vários casamentos, Napoleão Bonaparte sem mão na barriga, Sinhozinho Malta sem relógio largo, Marilyn Monroe sem vestido branco esvoaçante, Perpétua sem guarda-chuva, 007 sem garotas bonitas, Vilma sem Fred Flintstone, Indiana Jones, sem cavernas ou ratos, modelos sem cara de mal, Glória Menezes sem Tarcísio Meira, Luluzinha sem Bolinha, domingo sem ‘Fantástico”, Homer Simpson sem cerveja, Jornal Nacional sem Willian e Fátima, Brasil sem samba, Stephen King sem grito, chuva sem barulho de plic-plic, cantor de axé usando manga comprida, ou sem sorrir, Big Brother com gente feia. É assim que somos sem os outros, somos nada. E ainda que tudo a pouco citado seja mesmo futilidade, é o que nos traz aos poucos felicidade e felicidade é essencial. Sua felicidade é o outro quem coloca valores. Sua vida é um carnê mensal, uma prestação sem prazos de quitação ou limite de juros. Futilidade é essencial, “essencialidade” se compra, no comércio e preço da sua imaginação.

















08/02/2008. ás 00:50h Douglas Tedesco

ECO ( série Cyndi Lauper)

(inspirada na música ECHO, do albúm Bring ya to the Brink de minha ídola Cyndi Lauper)




A gente ouve perfeitamente a imagem, consegue ver com perfeição a sinfonia. Mesmo assim vão faltar ruídos. De qualquer modo vão fazer mais um pedido. Mais uma vez ninguém ouvirá minha voz. Mais uma vez ouvirão apenas o resto de nós. As promessas continuarão intactas. Um fantasma de nome próprio circula vivo, seu nome comum me espanta ao primeiro toque. Andam vagando... Vagam andando... Estando vaga a andança pra outro ser que não perturbe. SILÊNCIO... Opiniões se jogam a todo instante do telhado de algum lar. As minhas lágrimas e as minhas noites onde estão? Naquele céu que as estrelas não falam, naquelas gotas que não carregam pranto ainda há de haver algum mistério. Uma batalha pra contê-las, uma alegria pra escondê-las. Olhos na vertical pra uma luz bem apagada... Mas eu vi... Contei... Escondi... Respondi... Ri... Esperei meu próprio retorno em voz e imensidão. Um qualquer distante ainda não é o bastante. Obstinados se jogam do espaço. O vôo não decola, armas, rosas, alguma esmola. Gotas perdidas em que tudo perde a graça... Sem graça... Nem de graça... Desgraça... Disfarça... Amordaça... A voz em imensidão me preencheu completo. Um vazio sem tamanho perdeu-se nas casas. Mas não deixem que sintam falta, não deixem que mudem a expressão, Não deixem que gritem qualquer sussurro, não deixem que ultrapassem um simples murmuro, não deixem que neguem meu esquecimento. E as minhas memórias e vultos onde estão? Exterminaram a alegria pra não liquidar com a solidão... Mas ainda ouvem, com magnífica certeza ouvem, temem, se desesperam de súbito e ouvem, numa atemporal estação ainda ouvem, quando o medo governo, quando a ausência os reina... Eles ainda ouvem.














Douglas Tedesco – 20/11/2008

DO LADO DE LÁ DO INFERNO

É quando eu preciso parar que o mundo rasteja absorto na própria contra vontade.
É quando eu penso em solicitar o dossiê de todas as odisséias que um par de brilhantes me sussurra antipático.
É quando eu qualifico todos os adjetivos que um senhor de mau humor despeja do céu o problema maior.

Pergunto por que não há mais perguntas. Cavalgo num timbre de cinco patas, cintilo como o pó daquela vidraça, e vivo como morre a traça: vilão do intelecto, sorrindo por bem feita desgraça.

São apenas dois passos, há apenas um caminho. São apenas dois goles, há apenas uma voz. São apenas duas presenças, há apenas metade do mar. São apenas dois corpos, há apenas uma cor de sangue. São apenas duas portas, existem milhares de olhos na escuridão.

O lado de lá do inferno, a proximidade do azul. O que não sustenta cresce incessante, o que não veste seduz os invisíveis, o que não mergulha subtrai em laudas desertas, o que não inflama prega a tensão do gelo, o que não rosna grita uníssono na metamorfose, o que não acontece a mente purifica... E todos continuam do lado de lá... Do inferno.

Ao que já assistiu o pior do fim não comove um gênesis em aurora. Ao que ainda sobrevive sano uma caverna é qualquer oásis, uma bondade é manter-se longe, uma verdade é ocultar mentiras, uma injustiça é oferecer auxílio, uma ameaça é brindar com sorrisos. Pra quem está do lado de lá, o mínimo movimento é o piso, o mínimo silêncio é juízo, a mínima paisagem é paraíso.

Douglas Tedesco, 14 de junho de 2009.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

FANTASMA DE CIRSTO (poema)

Tijucas, SC, 25 de julho de 2009 às 18h e 52m

Fantasma de Cristo

Vinde a mim toda maldade, pois eu sou o caminho e a verdade mal-vinda.

Um colosso, o dogma da existência perseguida aos inocentes e cegos, e a única dúvida é da minha carne, do sangue que não jorra, do milagre que a ciência mortifica, sou eu toda causa das dores e males, sou eu toda poça funda de glória e toda perdição do globo... Eu quem nasço, eu quem mato, eu quem enterro e prontifico, eu quem brinco de Messias com meus discípulos.

O céu acredita?

O mal acredita?

Quem acredita tira os pregos do pulso e levanta a mão! Tua manjedoura é cômodo em mogno, teu anjo branco queima a própria auréola, tua luz divina se corta num ‘clique’, teu manto sagrado é farrapo barato... há uma cova aberta, há tantas mentes fechadas, há uma alva bêbada e viva , e ainda é somente o terceiro dia de festas.

Cresce o menino que ao toque ressuscita, cresce o menino, lascívia entre os dedos... se faz um sexo século pra provar do pecado, abraça a serpente pra morrer de tentação. Por que todo colo da voz, por que todo colo da lágrima se a maçã mordida nem causa ferida? Nós temos todo templo do mundo, toda extinto libido do mártir, todo instinto e transa dos santos.

O que significa o ato?

Tinhas que morrer de fato?

As trevas é um saboroso prato.

E vai ficar pra eternidade o desejo, vai apodrecer tua palavra e o medo... a memória é carne falha e não encarna mais que a própria batalha.

A humanidade já explodiu, toda seita ruiu, e agora bravejam demônios, fagulhas de péssima oração... ao menos depois do inferno, é só aparição.

Quanto vale um milagre?

Quantas Judas compram minha fé?

Há um leilão por um vulto, tua paz celeste só causa mais tumulto.

Aproveite as promoções do templo.

Aproveite as ofertas de salvação.

Aproveite: Jesus Cristo está em liquidação!






Douglas Tedesco