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Por Andreas Kisser, colunista do Yahoo! Brasil
Voltei da tour que fiz com o projeto HAIL pelo Chile, cinco shows em cinco cidades diferentes, do Norte ao Sul deste fantástico país. A resposta que tivemos do público foi inacreditável, resposta de um público carente de grandes shows, principalmente nas cidades do interior. Apesar de só termos tocado covers de bandas de Metal, além de algumas de nossas próprias bandas, o público lotou as casas aonde tocamos com muito entusiasmo.
[Veja algumas fotos da viagem que postei no flickr neste link e vídeos filmados pelos fãs com suas cameras neste link.]
Mas, uma coisa me voltou à cabeça fazendo esta viagem. Sempre fiquei indignado com a distância cultural entre os países que falam a língua Espanhola na América do Sul e o Brasil. É raro saber o que ocorre na Argentina, Chile, Paraguai, Venezuela. em relação às bandas e às artes em geral. Além dos grandes nomes da literatura, como Pablo Neruda e Isabel Allende, pouco mais se sabe da cultura chilena aqui no Brasil, só para citar um exemplo de país.
Tudo isso ocorre, principalmente, por causa da língua falada fora do Brasil na América do Sul: o espanhol. Nós Brasileiros temos mais facilidade de entender a língua espanhola enquanto o resto dos sul-americanos sentem muita dificuldade em entender o português. Sei que agora está no currículo escolar o espanhol, além do inglês, como língua estrangeira. A minha filha já sabe algumas coisas básicas e já dá para ter uma pequena conversa em "portunhol", quem sabe a próxima nova língua da América.
Acho isto fundamental e teria que ser uma regra em todas as escolas da América, do Sul pelo menos, para se aprender o português. Sempre quando se aprende alguma língua nova você também aprende costumes e tradições de um país diferente, o que ajuda a encurtar distâncias culturais, destruir preconceitos e unir mais as pessoas.
O Sepultura, apesar de cantar em inglês, é considerado não somente uma banda Brasileira mas, uma banda latino-americana, que representa o continente falando de seus problemas e virtudes. Isso porque somos brasileiros e sempre falamos do nosso país nas nossas letras e os sul-americanos se indentificam com isso. Sentem que representamos o continente.
Festivais de música não acontecem aqui no Brasil, com o intercâmbio entre bandas e estilos dos países que são vizinhos e ao mesmo tempo são tão distantes, apenas no Rio Grande do Sul existe uma influência mais forte da cultura sul-americana, mas isso não se alastra para o resto do país. Em Córdoba, na Argentina, acontece o festival "Cosquín" no qual já nos apresentamos e outras bandas do Brasil também, como o Sayowa e o Lagunna, bandas independentes mas que já tem um acesso fora do país, uma opção para se apresentar.
São raros os exemplos de bandas brasileiras que gravaram em espanhol. Os Paralamas do Sucesso trouxeram a Argentina para mais perto do Brasil gravando a música "Track-Track", do astro Argentino Fito Paes e, a meu ver, não por um motivo mercadológico ou de marketing mas sim, por uma admiração à arte de Fito e da cultura argentina, uma troca de informação através da música.
Bom, creio que só teríamos a ganhar com esta real união, em todos os aspectos, mostrar que, não é só o futebol que tem o poder de juntar os países da América do Sul, com os campeonatos sul-americanos, e que a música, a literatura e a arte são elementos mais fortes, que nos ajudam a nos entender e compreender diferentes maneiras de se viver.Viva la unión!!!
Até, abraço.Andreas Kisser
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